sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O avanço da tecnologia em prol do pilequinho


No ano passado comprei uma Super Interessante que acabou ficando meses rolando pela casa... sabe aquela literatura de banheiro perfeita? Fonte quase inesgotável de assunto praquele papo entre as amigas no happy hour... em meio a tanto conhecimento inútil, uma amiga acabou me falando sobre uma outra matéria desta revista:

"Dez mil anos de Pileque", que conta a história do álcool desde os seus primórdios ou "Das frutas ao álcool sólido, as várias maneiras de encher a cara através dos tempos".


A matéria assinada por Bruno Garattoni é gigante e se vc se interessou pelo assunto vale conferir o conteúdo completo aqui.

Pra dar um gostinho, segue um box da matéria, uma linha do tempo com as curiosidades sobre a birita.

Macacos 40 milhões a.C.
Há indícios de que nossos antepassados se deliciavam comendo frutas “estragadas” – que, graças à fermentação natural, tinham 5% de álcool.

Pré-história 8000-4000 a.C.
Pessoas do norte da China inventam uma bebida alcoólica feita de arroz. E os sumérios, na Mesopotâmia, criam a cerveja – bem como uma deusa (Ninkasi) para homenageá-la.

Egito 3400-3100 a.C.
Os egípcios montam a primeira cervejaria do mundo. E o povão aproveita: os trabalhadores que fizeram as pirâmides de Gizé bebiam todos os dias.

Grécia 700 a.C.
Os gregos bebem vinho diluído com água (a bebida pura é considerada forte demais). Para curar a ressaca, a grande pedida é comer repolho cozido.

Império romano 270 a.C.
Os soldados se fingem de bonzinhos e oferecem vinho para os povoados que encontram. Quando os inimigos estão bêbados, os romanos os matam.

Hunos 446
Liderados pelo temível Átila, invadem territórios romanos e destroem as vinícolas – sua bebida preferida é o kumis, leite fermentado com 2% de álcool.

Islâmicos 620
A religião restringe o consumo de álcool. Mas os cientistas do mundo islâmico inventam o alambique, que é usado até hoje para fazer bebidas destiladas.

Vikings 850
Espalham o terror na Europa – sempre bebendo uma cerveja escura, doce e bem forte, que tinha aproximadamente 9% de álcool (o dobro da comum).

Monges 1112
A Ordem dos Cistercianos monta uma vinícola em Borgonha, na França. Dá tão certo que eles viram uma multinacional do vinho, com mais de 250 monastérios.

Mesoamericanos séc. 16
Os astecas bebem o pulque, bebida produzida com folhas de agave – e só idosos podem tomar. Os incas preferem cerveja de milho, que dão até a crianças.

Brasileiros séc. 17
Os senhores de engenho começam a exportar cachaça – e os negros amotinados em quilombos aprendem a fabricá-la por conta própria.

Holandeses séc. 17
Inventam o gim, um destilado de cereais com altíssimo teor alcoólico (mais de 45%). A novidade gera uma explosão do alcoolismo na Europa.

Africanos séc. 17/18
Entre 1680 e 1713, senhores tribais trocam 60 mil escravos por bebida alcoólica – cada escravo é vendido por aproximadamente 86 litros de rum.

Rev. Industrial séc. 18/19
Fabricada com novas tecnologias e em grande escala, a bebida fica mais barata. A cerveja é produzida em enormes tonéis, com até 500 mil litros de capacidade.

Russos séc. 20
Inventam uma pílula que permite beber sem ficar bêbado. A idéia era usá-la na Guerra Fria (para que os espiões russos levassem vantagem). Não funcionou.

Ingleses 2004
Lançam uma máquina que permite inalar o álcool em vez de bebê-lo, o que supostamente evita a ressaca e faz o bebum engordar menos. (Que causaria convulsões);

Americanos 2008
Desenvolvem um processo revolucionário, que permite fabricar goró sólido – basta misturar com água e ele vira um drinque com 11% de álcool. (Este vale um post exclusivo).

Fica a cultura inútil, mas legal!

Confira a matéria completa na Super Interessante.
Fonte do autor: Drink: A Cultural History of Alcohol
Iain Gately, Gotham Books, 2008.
Imagens da Wikipedia

3 comentários:

Reginaldo disse...

Que bacana, o seu resumo ficou ótimo!

Achei muito bacana a civilização que "criou" uma Deusa em relação ao consumo do álcool.

Numa rápida análise junguiana, fica fácil imaginar o arquétipo feminino (anima) sendo invocado através do pileque, a verdadeira ponte entre o consciente e o inconsciente.

Deu até vontade de tomar uma cerveja, mas tá muito cedo ainda. :P

Silvia Zampar disse...

Será que fui só eu, mas achei que essa matéria tem muita a ver com vc? - hahahaha

Jeanne Estela disse...

Nossa, quanta filosofia!!!
Cultura de buteco, isso sempre rende boas conversas..

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