segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Tarantino, a tartaruga e o escorpião

Sabe aquele filme que você assiste, assiste, assiste... e não cansa de assistir?
Bom, pra mim, Jackie Brown definitivamente é um deles!
O super Tarantino sempre tem um diálogo f*da pra te enfiar na mente e te fazer pensar...

Neste final de semana minha cabeça explodiu... juntei um pouco do filme com uma fábula antiga, a da Tartaruga e o Escorpião (ou como corrigiu minha irmã: Sapo e o Escorpião) e sem psicologia aplicada reconheci uma das bases da personalidade humana...
Vou tentar explicar...

Numa das conversas do filme, o Louis (Personagem do Robert De Niro) pergunta a Ordell (Samuel L. Jackson) se ele confia na Melanie (a namorada branca de Ordell - Bridget Fonda). Ordell responde que sim e que não. Que não confia na Melanie como namorada mas que conhece a personalidade dela e que assim pode confiar que a Melanie nunca deixará de ser a Melanie (ou quase isso!).

É como na fábula da Tartaruga e o Escorpião:
O escorpião não sabe nadar e precisa de ajuda para atravessar o rio.
Ele pede ajuda a tartaruga, que de início nega, dizendo não confiar nele.. que poderia tomar uma ferroada.
A bondade (ou estupidez) da tartaruga faz com que ela ajude o aracnídeo a atravessar o rio e eis que antes de chegar do outro lado "tuum".. ela leva uma mortal ferroada.
Antes de morrer e levar o escorpião junto para o fundo do rio ela pergunta: "Por que?" e ele responde: "Não sei, isso faz parte da minha natureza".

Existem certos comportamentos humanos que são instintivos assim, que flutuam independentes da razão e da emoção. Eles transformam os opostos em iguais, mesmo que sem sentido: "certo e errado", "ajuda ou exploração", "recompensa ou castigo" são apenas palavras de apoio, que acabam tendo valores iguais no propósito de se justificar o ato do instinto.

Isso é triste mas verdadeiro.
Não é raro este lado irracional do ser humano aparecer e nestas horas só resta tentar confiar em uma coisa: uma personalidade forte não trai a si mesmo - sempre vai ser o que é!

Jeanne Estela

Ilustração: Origami de Escorpião - Lucas Gabriel
outra reflexão sobre a fábula: O monge, a tartaruga e o escorpião - Laíre Rosado

3 comentários:

Reginaldo disse...

Adorei o post.

Karina dos Anjos disse...

Eu já conhecia essa fábula.E também acho que algumas coisas não têm como serem mudadas em uma pessoa.
Legal seu blog.E respondendo a sua pergunta que você fez no meu blog: também não sei onde vende ou baixa o filme ''KISS e o Fantasma do Parque''

Silvia Zampar disse...

Nunca assisti o filme - hahaha
Ai que inculta - rs
É que Tarantino me enche um pouco o saco...
Mas a fábula é belíssima e a analogia criada é perfeita.
Pois é... entendo muito bem o que vc fala, poderia dizer "na pele" - rs
Bjinhos, a Sil te ama! Mas vai ser sempre a Sil, fazer o que...